O Bloco Body Beach e a Carreira de Nayra Costa

O bloco Body Beach é conhecido por seu cortejo maravilhoso e sua banda contagiante. Nayra Costa é uma artista que leva a música e a identidade cearense por onde passa, e nesteprograma vamos conhecer mais sobre o bloco e a carreira dela. A Casa da Nayra Nayra nos recebe em sua casa, localizada em um Beco charmoso, uma vilinha aconchegante. Sua casa é um verdadeiro espaço de arte, com obras de vários artistas que são amigos dela. Quadros, luminescentes e até mesmo uma vitrola compõe a decoração. Ambiente Acolhedor O ambiente da casa de Nayra é acolhedor e cheio de histórias. Ela conta que sempre fez questão de ter o trabalho dos amigos em sua casa, e mostra alguns quadros que foram presentes de artistas como Jadson Rodrigues e Zeza. Homenagens e Lembranças Nayra também guarda lembranças de lugares e eventos especiais. Ela tem uma iluminação do Gato Preto, uma toca-vinil especial presente do Cantinho do Frango e até mesmo um quadro feito por fã. Cada objeto carrega uma história única. Praia do Bloco Body O bloco Body Beach nasceu de uma ideia meio maluca, mas que se tornou realidade. Com personagens como a Iracema de José de Alencar, o bode Ioiô, a gata do brilho e o poeta Mário Gomes, o bloco traz a história e a cultura de Fortaleza para o carnaval de uma forma lúdica e divertida. A Importância do Bloco O Bloco Body Beach vai além do entretenimento, ele conta o folclore e a história de Fortaleza. Naiya diz que é importante despertar a curiosidade e o conhecimento nas pessoas, através do carnaval e dos personagens que são apresentados no desfile do bloco. Levando o Body Beach para Todos Nayra tem o desejo de levar o Bloco Body Beach para outros locais, além da beira do mar. Ela quer contar a história do bloco para as periferias e outros bairros de Fortaleza, através de projetos educacionais e ferramentas como QR Codes. A Parceria com Marinho Naya e Marinho são parceiros tanto na vida pessoal quanto na carreira. Eles conseguem separar o profissional do cotidiano, o que traz leveza e equilíbrio para a relação. A parceria tem sido maravilhosa e eles têm maturidade para lidar com os desafios. Fica evidente a importância do Bloco Body Beach na construção da cultura e identidade de Fortaleza. Além do entretenimento, o bloco desperta curiosidade, conta histórias e valoriza a cultura local. Naira Costa e Marinho são artistas incríveis que levam a música e a alegria por onde passam. @lugarartevistas http://www.lugarartevistas.com.br #arteondeestiver #artevismossocial #sejaartevista

Tchau, Amor

Por Roberta Bonfim @lugarartevistas 

Quando vi a chamada quis ir, mas imaginei outra coisa. Quando vi a chamada, já ri, mas só pela identificação. Já estava neste movimento de querência, mas com tempo reduzido e dando conta de poucas interferência em uma existência que corre no 220 como a voltagem do estado. Eu, por outro lado, ando querendo outra coisa. E isso talvez tenha inclusive deturpado a minha percepção sobre o espetáculo como um todo. Pois é isso, vemos e sentimos os lugares a partir de nós e da sopa emocional que trazemos. 


@feirinhadopoco

Antes de chegar ao espetáculo questões simples e complexas, simples como conseguir que minha avó fique com minha cria por duas horas para eu ir ao teatro. Depois o como ir, moro perto, mas o caminho é escuro por demais o que o deixa inóspito para qualquer um, imagine a uma mulher. Mas, não queria ir de carro, acabei por ir, deixei-o no Poço da Draga, fiquei de longe observando a Feirinha do Poço, uma realização de Djeyne Roundoff e Mariana Vasconcelos, duas mulheres incríveis que eu amo ter na vida como  minhas amigas. Olhava a feirinha linda, linda e cheia de tanto amor de longe e tive a mesma reflexão sobre o caminho a chegar até ali ser desiluminado de luz pública pela qual cada um de nós obrigatoriamente paga um valor bem salgado por mês. Mas o fato é que depois de uns minutos parada ali, dentro do carro olhando a feira, entendi que já era mesmo a hora de seguir para o teatro e fui na hora certinha, como que cronometrada. 

Então parei o carro na altura da Caixa Cultural e segui andando até o teatro, no caminho gente festando na calçada, em frente a uma casa que já foi um barzinho. Do lado direito encostados no centro cultural, jovens homens estão sentados no chão, alguns se agridem, outros se observam, e alguns só esperam que a praça seja liberada para que eles possam voltar a ocupá-la e quem sabe só dormir. Isso porque a praça central do centro de arte e cultura, virou morada para muitos no decorrer dos anos, cabe um texto todinho sobre isso. E se falo deles e sobre isso tudo, porque trata-se do caminho, do meu que é pertinho para se chegar até o teatro. E quando se crer que já estou quase chegando sou lembrada pelas grades do teatro que preciso andar um tanto mais. Os acessos foram sendo fechados para evitar a apropriação do espaço, aqui cabe outro texto. No caminho, três pedintes, duas mulheres trans e um homem com um cartaz feito a mão com o número do seu pix. De algum modo garante a mim que este tem registro, já que tem conta no banco. E agora cruzando as grades verdes que me permitem chegar ao teatro penso: agora com o pix começa a se entender o quanto de dinheiro roda no mundo. 

Com as grades cruzadas, é como se entrássemos em outro lugar atmosférico, até o ar parece menos denso, de modo prático; há luzes. E há as cores das roupas ousadas dos cearenses, dos artistas e seus admiradores. Aqueles que se sentem convocados a em um domingo às 20 horas, assistir teatro na cidade de Fortaleza, apesar dos caminhos. Mais que isso, assistir dança. Dança, teatro, movimento, política, cidadania, pertencimento… 

Lembram que eu disse ter tomado a decisão de ir ao teatro na hora certa, pois foi, logo que cheguei peguei a fila para compra do ingresso que custa 30 reais inteira, e 15 a meia – aqui fiquei curiosa mas não havia tempo para muita conversa na bilheteria, se há algum abatimento para moradores do centro e praia de iracema, ou mesmo da cidade, como um estímulo do equipamento para ocupação qualitativa do espaço, bem como, lembrei de um valor de meia aos artistas sindicalizados. Será que esses abatimentos existem? Se você que está lendo este texto souber me avisa, por gentileza. E já aviso aos leitores mais ácidos, que não estou reclamando do valor, o espetáculo vale tanto mais, mas em meio a situação financeira do país, é fundamental políticas públicas para estímulo de plateia. Pois pensa comigo que se eu conseguir atingir minha meta de assistir 3 espetáculos e um filme por mês, cada um a 30 reais, gastei só de bilheteria 120 reais, isso fora o caminho até chegar e o qualquer coisa que se venha a consumir neste caminhar, em uma cidade bem desequilibradas financeiramente. Mas, volta comigo para a fila. Neste domingo inclusive peguei duas filas que me deixaram bastante feliz, uma na livraria cultura no shopping Rio Mar, onde muitos jovens compravam livros e figurinhas do álbum da copa. E ali  na fila do teatro, onde desde sempre começa para mim o espetáculo. 

 E aqui você como eu está pensando: – Era um texto sobre o espetáculo Tchau, Amor e essa gata já falou de tudo no mundo, já escreveu uma lauda inteira e ainda nem entrou no teatro.

Eu ainda uso máscara apesar da melhor da situação da Covid 19, me sinto segura e meio invisível. Na fila sem ser vista vi e ouvi um papo bonito e forte de Silvia Moura e Marina Brizeno, duas artistas fundamentais na nossa cidade Fortaleza. Aqui vale inclusive dizer que nos dias 23 e 24 de setembro vai ter espetáculo dessa deusa. Na mesma fila presenciei o encontro de dois rapazes com nomes idênticos, vi também Sara Síntique, linda de viver e Silvânia de Deus e mais alguns. Consegui comprar meu ingresso e as portas do teatro foram abertas. Entrei! Sim, tá no singular, eu estava sozinha, tenho me percebido gostando muitíssimo de sair sozinha – aqui também fica a deixa para um outro texto, pois agora que entrei no teatro, o ambiente se transforma mais uma vez. De modo que da minha casa, até aquele momento, em que eu passava pela passarela na frente do teatro, que gera a mim como público a sensação que que vou subir no palco, penso que como atriz essa mesma entrada me incomodava e eu fazia mesmo piada com a criação de Fausto Nilo. O fato é que a luz avermelhada, com os refletores soltos, já nos apresentam a estética diferencia desses Inquietos. 

Passada a passarela segui para o meu cantinho no teatro Dragão do Mar, gosto dele desde que entrei nele pela primeira vez no ano 2000. Sentada no meu canto observada as pessoas entrando, para um espetáculo de dança no domingo às 20 horas a casa estava linda, tinhamos ali uma meia casa mais ou menos. Muitos amigos de Gyl, me senti menos especial percebendo que todos ali tinham recebido uma mensagem do mesmo seresteiro que eu, é do seu personagem. hihihihi…

Dado momento logo que as luzes da plateia apagam percebo as pernas dos atores sentados na orelha do palco, penso na emoção deles ali, fecho os olhos, respiro e quando abro, o tal do seresteiro já está no seu teclado. surrado, de cara já me tirou do teatro. Eu já estava no barzinho do Montese, mas podia ser do Centro, do Vila União ou ali mesmo do entorno do Dragão. 

“Porque você se esconde?

Eu vou te procurar!

oh lua! oh lua cor de prata.

Me diga por favor por onde anda aquela ingrata.” 

A luz muda, outros três artistas ganham a cena junto com uma porção de cadeiras de plástico. E afirmam que estão ali três pessoas que já não estão: Cacilda Becker, Nina Simone e Pina Bausch , mas vi outres ali como Stanislavski, Spinoza e Vigotiski, ou ainda Dona Josy,  Michele, Fabim, Julim e tantes, tantes…

Antes de seguir preciso ser franca com você que me leu até aqui, eu tenho muito respeito aos que fazem arte na vida, e estes que fazem no nosso estado trabalhos tão primorosos eu sou tipo fã, e é com este olhar de fã que já a algum tempo assisto alguns por aqui como é o caso dos trabalhos da Andreia Pires, e da Inquieta que sempre, invariavelmente me afetam. Grata Andreia por ser essa artista tão inspirada, disponível, plástica e multi. E aqui o óbvio, todas essas competências só se realizam em palco porque há uma equipe que não vemos personificada, mas que são tão cheios de personalidade que logo é possível identificá-los. Falo da luz, sempre afinada e afetiva de Walter Façanha, que posso está enganada, mas penso que seja iluminador do teatro Dragão do Mar desde sua inauguração em 1999. A luz de Waltinho tem uma identidade e sua competência possibilita realizar as viagens imagéticas desse coletivo tão criativo, que brinca com a luz e os corpos. Quem também diz que está é Netinho Nogueira, esse multiartista solar, e o único que deixo me maquiar nesta vida. Né Netim? O que me chamou muita a atenção foi o cenário, ou, devo dizer os elementos cênicos? Enfim, estes elementos conseguem ambientar o palco e nos levar ao barzinho, chego quase a sentir o cheiro do lugar, das vantagens de assistir o espetáculo mais de perto, sentir os odores do palco, que no segundo dia de apresentação de estreia, pela emoções e dinâmicas, deve ser quase o do bar. O que também nos leva sensorialmente para este ambiente, são os sons (a trilha sonora é assinada por Pedro Madeira), que estão no ambiente teatral desde a entrada do público, sendo de algum modo um convite a nós – público, a sermos parte deste lugar, os clientes, e aqui imagino que no processo experimental da companhia, vão acabar por vivenciar também este formato. E já deixo o convite aqui para experimentarmos no Coletivo Fundo da Caixa, no Poço da Draga este formato do público neste lugar. Enfim…

Ali sob todas essas camadas se desenrola a trama. São quatro pessoas, que convivem num bar, eles não têm nomes, são a A Dona (Geane Albuquerque), O Seresteiro (Gyl Giffony), O Garçom (Well Fonseca)  A Cliente (Melindra Lindra) e as coisas que são todos esses elementos cênicos, que vão de engradados de cerveja, cadeiras, fardinhos de água. Propaganda gratuita para ambientação do bar. E aqui bem que podia entrar apoio de uma água mineral da cidade, né? Essas quatro pessonas vivem ali um jogo de tentativas e risco, um caminhar em labirintos na percepção móvel no que diz respeito à vida. 

Mas é quando uma das personagem ameaça sair, que a trama se desenrola, e tomam a cena o amor, as relações de oposição e extrema co-dependência que fazem levar a percepção de que não é possível a sustentação sem as quatro paredes que sustentam a ficção. 

Estamos falando de um espetáculo físico e aqui eu preciso dizer que esses quatro corpos são potentes, muito potentes. E que brincam com seus ambientes, seus corpos, o espaço, os corpos uns dos outros, é bonito de assistir, ao mesmo tempo que é triste e divertido, contraditoriamente. Do elenco só conhecia conscientemente o trabalho cênico de Gyl, que amo por sua capacidade de ser-se multi e inteiro, mas ao final tive a sensação de já ter visto Well Fonseca em algum outro trabalho, assim como Melindra Lindra, sem muitas certezas. Mas, quem eu nunca tinha visto, certeza, mas me afetou com sua presença, mas especialmente sua agilidade e voz, é a atriz e bailarina Geane Albuquerque. 

Para mim a única questão de modo geral é o áudio das cenas, que talvez pelo meu lugar ou pelo novo do espetáculo, ou pela fadiga dos corpos para equilíbrio respiratório para as falas eu perdi algumas coisas, o que também acaba por se resolver a medida que se apresentem. O fato é que o jogo cênico está lindo e a cenas como uma que parece imagens de filmes em câmera-lenta ou mesmo na integração de todos os elementos presentes no palco. Simples e resumidamente um espetáculo. Que alegria assistir teatro! Que delicia assistir a inquietude de vocês! 

Aos final os aplausos de pé, a fala sobre a relevância de divulgarmos juntes as artes da cidade, o teatro de grupo se refazendo por si, para abrir novos caminhos, mas ali também estampada sob os olhos de todos nós o pedido por ajuda de uma classe, de um setor fundamental para formação do pensamento crítico, mas também do lúdico e tantos outros lugares de afeto. 

Luzes da plateia acesas, o publico vai cumprimentar os atores e eu saio correndo, há uma pequena caminhada até o carro e marquei de pegar a cria as 21:30 e já era 21:08. Já no carro vejo Sil e outra, andando por onde eu não vim/ fui por medo de andar e ofereci-lhes carona, falamos sobre o trecho sem iluminação, que impede a apropriação, que faz distante o perto, que dificulta caminhos de acesso à cultura e ao entretenimento da cidade. E falamos da maravilhosa apresentação.

E se você chegou até aqui na leitura te agradeço pela disponibilidade e te convido a ir ao teatro e a levar aos seus, te convido também a ir à feirinha do Poço da Draga que acontece uma vez ao mês. Vamos ocupar a cidade para fazê-la a cidade que nos abraça. E vamos abraçar nossas artes e artistas. 

Tchau, amor tem texto e direção de Andreia Pires e segue em cartaz no dias  24 e 25 de setembro 20 horas – Teatro Dragão do Mar – $15 / $30 @inquietacia

(des)construção

Hoje começo algo que há tempos penso, mas por qualquer razão procrastinar a execução. E começo hoje porque me senti estimulada por Mariana Vasconcelos que sempre fala com admiração dessa coisa de eu ter diários. Tenho mesmo, uma vida escrita e que hoje me ajudam, como antes também o fizeram. Neste mês, se eu conseguir cumprir a meta, viverei 5 minutos diários de desconstrução falada e mais uma música que tenha sido a motriz do dia. Neste primeiro experimento Toquinho com Caderno, música de extrema relevância na minha vida e que mesmo hoje me emociona muitíssimo. #gratavida #arteondeestuver #grataarte #grataartevistas @lugarartevistas

Murillo João Ramos Acácio Ferreira da Costa – um Artista da Luz Vermelha. 

Por Roberta Bonfim @lugarartevistas

Olá! Não estou certa se me conhece, chamo-me Roberta. Roberta Bonfim. Mas pode me chamar como quiser porque se eu quiser atendo por qualquer nome, e do contrário nem pelo meu. Até porque ele ainda me causa estranheza. Parece mais forte que eu, mas tento agarrá-lo, crer e agradecer porque o hoje tá mais massa que o ontem e estou certa de como for, o amanhã me fará melhor.

É lógico que esta regra simples não se aplica só a mim, mas a nós. Basta olhar com carinho. Olhar-se afetuosamente, se chamegar um cadinho. Dizer-se: “ei gates tu arrasa viu?”. Chegou até aqui e consegue manter-se com esta alegria, caraca, você é fera. Ou ainda: Cara que dia em, normal tá destruíde, normal querer sumir, só não suma. Vai pintar um quadro, dançar a sua música preferida ou fazer qualquer algo que goste muito. Se não rolar, apenas feche os olhos por um minuto e vá para onde aquieta seu espírito, lá tome fôlego, ou se conseguir viva os dois lugares. O importante é se acolher com respeito e carinho. Bem como fazemos com quem dizemos amar, ou amamos, mas, melhor, por se tratar de nós. E quem somos é só nosso e nosso grande tesouro. 

E é sobre a multiplicidade de eu`s que sou que fico pensando ao sair do delicioso espaço da Casa Absurda, onde domingo assisti a segunda apresentação do novo espetáculo de Murillo Ramos, Murillo João Ramos Acácio Ferreira da Costa – um Artista da Luz Vermelha. 

O espetáculo é um mosaico de informações que tem a cor vermelha como ícone relevante. Eu pessoalmente me pergunto se é o vermelho a cor da Manada de Teatro, que estreou com o espetáculo Aquelas, com as atrizes Juliana Veras e Monique Cardoso, também com a preponderância do vermelho. O sangue.Voltemos ao Artista da Luz Vermelha. 

Se você tá vivo foi afetado direta ou indiretamente com as histórias do lendário Bandido da Luz Vermelha, uma produção midiática, sobre o terror e o medo, que consumimos ainda hoje em qualquer noticiário.  Uma construção midiática, mas não uma mentira. De imediato, no ato do espetáculo lembro do garoto do hoje 410, 174.Talvez. Que só queria ser visto. Mas, o pensamento vai embora rápido, pois a cena segue e logo o personagem a minha frente me apresenta outras facetas, o ator está emocionalmente envolvido com o todo que vive e isso também me emociona enquanto público. 

O espetáculo é forte e tá quase em sua totalidade no auto, felizmente dada hora o ator pede 3 minutos, eles são sagrados e conflituosos, trazem infinitas questões, pois mesmo a encenação de Murillo e a dramaturgia de Yuri deixando nítido que João Acácio Pereira da Costa, tinha alma, que o sangue que corria em sua veias era vermelho como o nosso. Tem outras coisas… Outras complexidades, contradições e reflexões sobre os sistemas; de saúde mental, o prisional, o social, e os choques, as torturas, o ambiente, 

Para que não haja dúvidas sobre a relevância desta figura, o Bandido da Luz Vermelha /João Acácio, está para São Paulo como Jack, o Estripador está para Londres. Entendeu? E João entendeu lá nos anos 60 que se estivesse arrumado passaria “despercebido”, tática usada por golpistas de várias épocas. Mas o fato é que João Acácio mudou a relação do paulistano com sua cidade, e logo todo o país, parte disso, trabalho de João, que levou nas costas infinitos crimes e mais 300 anos de detenção, que ele cumpriu 30 e foi assassinado com um tiro na cabeça quatro meses após ser “liberto”.

Não creio que o desejo do espetáculo seja justificá-lo, como também não é o meu, mas cabe sim a reflexão, de; o que eu faria no lugar dele? Vivendo aquele ambiente, aquela realidade. O passado  de João Acácio foi violento e solitário. Treinado no inóspito da rua, em tempos de crescimento das fronteiras sociais, este foi o ambiente que recebeu e criou este ser, em um tempo em que os veículos de comunicação se desenvolviam, o Bandido da Luz Vermelha tornou-se o pop star do crime, e mudou os hábitos ambientais da cidade e mais tarde do país. A TV chegava, o perigo estava na rua, o lema era  trabalhar e ficar em casa. A TV é sua amiga e você pode pensar em meios de segurança. Com o estresse, vai beber e fumar, o mercado se aquece. Nada acontece isoladamente. 

Estamos falando dos anos 60 (ou mesmo da atualidade), onde doido e pobre não era bem vindo entre a sociedade, e esses rasgos sociais vão ficando maiores e mais evidentes, e o Bandido da Luz Vermelha foi feito sob medida para o espetáculo que se construía e para execução das mudanças em prol da segurança. A sociedade havia achado quem culpar e se são os culpados, tudo bem não estarem assistidos pelos direitos básicos?!

João Acácio deve ter também inspirado a canção conhecida por nós de Renato Russo, ou talvez eu tenha apenas sido convencido da humanidade de João. Não me reconheço, mas se ele me pedisse eu cuspiria sim em sua cara. Não que ele seja digno de nada, é que eu também não sou, e ninguém é. Mas, eu fui lembrada por Murillo que não nos cabe ser o dedo que aponta, pois todes temos nosso lado sombra. Né?

Por fim, só agradeço a todes. Muito lindo de existir o espaço da Casa Absurda, que vou querer logo menos conhecer melhor, pois estava meio tumultuado por ter sido uma noite chuvosa. Grata Manada, Yuri, mas especialmente grata Murillo por sempre, – não houve uma única vez em que eu tenha te assistido, mesmo em ensaio, que eu não tenha sentido essa potência que és. Para minha alegria, faz anos que te assisto, coisa de uma vida, e te acompanho como quem acompanha novela. Mais e mais luz seja de qual cor, mas que brilhe!  

E próximo final de semana tem espetáculo sábado e domingo, então já garante o ingresso pelo simpla, e esteja preparado para fortes questões humanas e para sorrisos e aplausos que te causarão estranheza no ato. É que na simbologia os programas de auditório e as questões da ação induzida, são também sinalizados e geram reflexão.

E na esquina tem o bar resto, onde o atendimento é massa, a cerveja é gelada, mas a cozinha fecha cedo, mas é preciso mesmo muito estômago para dar conta de comer após este espetáculo. 

Sim… O Grupo é jovem mas já oferece exemplos de caminhos para o empreendedorismo cultural e sustentabilidade, sem deixar de pontuar em realidade aberta a relevância das artes e das leis de incentivo para construção e manutenção de uma cultura que vise democracias.

Vamos ao Teatro!

Sábado e Domingo – Casa Absurda, 20 horas. 15 meia 30 inteira. 

O Bandido já inspirou também na telona:

O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla, 1968)

Rádio Bandeirantes – entrevista

Fantástico

Há tb uma versão com Ney Matogrosso no papel do lendário Bandido da Luz Vermelha.

Junho – Venha seu lindo

Por Roberta Bonfim

Junho chegou e para mim este lugar é um mês mágico e querido pois foi em junho de 2012 que nascemos e amo esse trocadilho número quando estamos hoje em 2021 e a revista Lugar ArteVistas celebra 9 anos de caminhada gastando as solas dos All Star velhos e surrados.

Era uma vez o lembrar, e lembrei!


Lembrei, que o tempo passa, mas que não é depressa demais se conversarmos e nos inspirarmos com quem admiramos.

Percebi que lembrar é reviver, e reviver é ser feliz várias vezes. E quando esqueço o que aprendi, tenho a chance de reaprender. 

Era um dia qualquer quando eu chamei Luis Felipe Romano, o cabrudo mais gato que topou a parada sem perguntar nada. Jamais conseguirei agradecer o suficiente. Assim…  Chegarmos a Cinelândia. De lá pra cá, gravamos edições do Lugar ArteVistas com a colaboração de mais alguns ArteVistas. Grata!

Heraldo Cavalcante, Natan Garcia, Luciana, Ruviana, Filipi Abdala, Bruno, Henrique Kardozo, Guilherme Silva, Kiko Alves, Heraldo Cavalcante, Crislânio Brandão, Lorena Armond, Jether Junior, Pri  e outros fundamentais por aqui, como você. Então, vamos viver lembranças e escrever juntos novas histórias?

E você já viu palhaço, teatro, bailado, exposição, grafite, música – produção, show…

Delicie-se pois vamos lembrar das fases anteriores que nos trazem até este momento. Contamos com você. Marque aquele amigo que vai gostar desse lugar e use a #arteondeestiver @lugarartevistas

E na quarta passada teve edição nova da revista.

Na sexta Marta Aurélia e sua bela cosa recebeu a maravilhosa Silvia Moura

Sábado teve o segundo episódio de Novos Tempos – Novos Ciclos com incríveis adorais incluído a nossa querida Kitah que cá esteve às quartas.

Ontem iniciei as celebrações em um papo de varanda com Camila Bittar e Celma Prata. Tão bom que nem sentir o tempo passar!

E hoje teve estreia dessa maravilha chamado Papo Atípico onde só aprendo.

Normalizamos

Por Roberta Bonfim

Me foram ofertadas 6 palavras para escrita deste texto. 

Normalizamos, o outro e tudo que o mortifica, isso não é novo, é tudo parte desse espetáculo cruel pseudamente irracional pela sobrevivência. E se há algo que é fato, é que todos morreremos e grande parte de nós seremos facilmente esquecidos em até duas, ou três gerações posteriores. Mas, temos como humanos que somos a pretensa ilusão de que é indispensável. Penso que talvez precisemos disso, para resistirmos a tirania do outro, que também o somos.

Tomar consciência sobre as próprias responsabilidades, gera em alguma instância uma rebeldia, com a tirania, com a teimosia, desses seres que somos. E talvez essa rebeldia faísque dando luz a uma raiva justa, que atrelada à sabedoria, pode ser a mola necessária para o nascimentos da utopias e construção de caminhos outros para quebra dos padrões impostos.

E, assumir-se ambiente é também lutar pela sua preservação ambiental que é também comunitária, vamos juntos?

Estamos montando nosso quadro de ação adaptado para tempos de pandemia, se quiser trocar, se somar, sugerir, participar, é só chegar, contato@lugarartevistas.com.br ou @lugarartevistas, ou ainda pelo nosso canal no Youtube e se passar por lá, aproveita pra se inscrever.

No circular da vida

Roberta Bonfim

No circular da vida se vive, se morre e então, nasce outra vez. E é lindo, né? Hoje olhando esse lugar que nasce, nesse momento presente que é tão impresente. Diariamente estranhos entram no meu quarto, em lives, aulas, reuniões, e tá tudo bem. A real é que nunca estivemos tão íntimos, sem nos conhecermos, há pessoas com quem compartilho momentos preciosos, que desconheço por completo. Trocas em que meu olhar humano analítico não alcança, pois é um espectro. Este, que sempre temi, tremi. 

E cada aparição, é como levantar no meio da aula e dizer algo que pode ser ridicularizado, ou seria o medo de não ser aceito? O estômago esfria, as mãos tremem, e cruzamos com tantos ArteVistas incríveis! Mais emoções! Potenciais colaboradores, parceiros, mestres podem tá me lendo neste momento e eu só digo fiquem, curtam, se inscrevam, conversem com a gente. Vamos juntos!

O bom da quebra do limitante espaço é que podemos  estar em qualquer lugar, sem se levantar da cadeira. Esta  semana por exemplo, estive aqui no Ceará, na Bahia, França, Portugal, Cabo Verde, São Paulo, Arizona.. E onde mais quisermos chegar, o virtual é o Aqui.

Antes, nunca tínhamos tempo, pois existiam os trajetos, e agora sem os trajetos corremos para realizar o que não conseguiríamos de outra forma. Aqui por exemplo é assim. E isso é usar seu tempo, em favor dos seus propósitos e suas prioridades, é um abrir de asas sem sair de casa. Alguém cantou nos anos 90, algo de mudar o mundo do sofá.  Vamos juntos, abrir espaço para as muitas possibilidades, vamos falar, vamos conversar, encontrar as sinapses. Fortalecer os que nos são semelhantes. 

Neste momento nós aqui da Lugar ArteVistas nascemos para um novo momento, que está se construindo. Um momento novo e que se pretende lindo, onde vamos nos somar para mantermos esse blog que amamos, mas também que nosso canal no YouTube tenha programação diária e diversa. 

Já temos 80% da grade fechada e tá linda, se quiser se somar, chega junto, vamos amar trocar com você. Fala com a agente no @lugarartevistas ou no contato@lugarartevsitas.com.br

Vamos construir juntos! O convite vale para o canal e para se somar em ações e olhares que caminhem junto com o Poço da Draga, com arte e afetos. 

Mudando de assunto:

Esses dias celebramos novo ciclo de alguém muito importante para nós, aqui na Lugar ArteVistas. A nossa gerente aqui do blog,  poeta, sexy, mulher-coragem Marcelina Acácio. Você é fundamental para esse lugar! Grata e parabéns pela caminhada até aqui e pela que ainda vais trilhar, que de certo será repleta de arte,agonias, poesia e vento. ❤️

É isso, beijo me compartilha!

Roberta Bonfim é atriz, jornalista e agitadora cultural, idealizadora e realizadora da revista eletrônica cultural Lugar ArteVistas – arte onde estiver. Escreve às segundas no Lugar a mãe que sou e às terças sobre a revista Lugar ArteVistas.

Que não nos falte Amor!

Olá, ArteVistas!

Assim, os vejo, pois assim quero ver-me também. Sigo achando que as semanas estão correndo mais que quando tínhamos a chance de estarmos na rua, às vezes quando olho pela janela, também tenho a impressão de que somos os únicos a ainda respeitar o isolamento social, e mesmo assim entramos para as estatísticas dos infectados pelo vírus invisível. Felizmente estamos bem, e tenho fé que seguiremos assim, muito de boas, se comparados aos inúmeros casos graves da mesma. De modo que aqui,  sigo agradecendo.

Nos corres e com a parceria de Marcelina Acácio e Wislon estamos atualizando site e blog, com o objetivo de deixá-los ainda mais graciosos e aconchegantes aos olhos e almas. Seguimos com as live, que na semana passada foram muito ricas em conhecimento, Rodrigo Mercadante, da Cia do Tijolo deu-nos uma aula sobre a relação do teatro com a democracia, Silvia Moura é uma escola de vida que anda e dança, Kiko Alves falou sobre negritude e se compartilhou tão lindamente, na mesma semana em que nos compartilhou aqui neste blog um texto necessário, e Tatiana Amorim falou um tanto sobre o grupo Bagaceira, e deixou claro que teremos novidades em breve. Se não acompanhou, mas se interessa, chega no nosso Instagram @lugarartevistas e abre o IGTV. 

Live com Kiko Alves.

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Live com Rodrigo Mercadante.

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Live com Silvia Moura.

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Live com Tatiana Amorim.

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Hoje retomamos com Rebeca Raso, que aqui também escreve às quintas, com textos de sua pesquisa e trabalho com os movimentos feministas lá da Galícia, vai ser lindo. Na quarta, temos Clara Freitas falando sobre a mulher na cozinha e sobre nosso especial Arte na Cozinha, a quinta promete reflexões e beleza com a Mulher Barbada e se tivermos sorte ela ainda solta a voz, e fechamos a semana num papo fotográfico com Galba Nogueira.

Nesta semana recebemos a notícia de que a nossa querida Allana Peixoto vai se afastar, para trilhar novos sonhos. Aqui seguimos na torcida por todas as suas realizações. E eu arrisquei criar peças, foi divertido e menos bizarro do que eu tinha imaginado, usando o Canvas, claro. hihihi. Feitas todas as peças do mês de julho já compartilhei com todos, tudo com objetivo de ir minimizando funções, pois esta semana tive receio de dar pane no meu sistema interno. E por falar em interno, o quarto episódio dessa temporada de aniversário foi um retorno aos lugares mais profundos de mim. Talvez o mais difícil e mais lindo momento que já vivi na vida e na relação com a Lugar ArteVistas, onde o conceito de ver e viver arte onde estiver, se tornou prática real e gerou alterações internas muito profundas, além de uma visão sobre mim, o outro, este lugar que eu nunca sequer havia suposto possível. E ainda tive a honra de cruzar com tantos ArteVistas iluminados.  Te convido veementemente a apertar o play e seguir até o fim preparado para lindezas.

Uma novidade linda, foi a certeza sobre a atualização sutil da nossa marca, que ganha traços mais parecidos aos da nossa mascote Ana Luna que se autodenomina a bonequinha do programa, e será, é. Um presente de Klebson Alberto, que ainda esta semana vai nos entregar o sonhado manual de marca, caminhos da nossa identidade visual e outras coisinhas lindas que você vai encontrar nos nossos canais de comunicação e de certo vai se encantar.

Nossa nova logo.

No mais, temos livro lindo no nosso site, “De Vento em Poesia”, da nossa querida Marcelina Acácio, tá esperando por você, com poesias necessárias e urgentes. (www.lugarartevistas.com.br) Chega lá, confere e se compromete com a arte de manter essa poeta escrevendo. Ela que escreve às quartas aqui neste blog. Por falar no blog esses dias tivemos colunistas convidados incríveis que nos compartilharam maravilhas. O charmoso e talentoso Gustavo Xavier, que nos fala sobre o Budismo e me deixou bem curiosa, desejando mais textos dele por aqui. E a Mãe de três, Mayanne Andrade, que teve seu texto publicado ontem. E ainda recebemos um texto incrível que ainda será publicado da atriz ArteVista Katiana Monteiro, que entra na última segunda de julho. 

Imagem de divulgação.

O Poço da Draga continua precisando da colaboração de todos nós, seja financeira, com material de higiene geral, e/ou pessoal, cestas básicas, com banners de eventos que estão guardados em algum depósito entulhado e podem se transformar em arte. Se nada for possível, compartilhe esse convite a colaborar a quem achar que pode somar ao lugar que nos ensina tanto sobre resistência e que neste momento precisa que nós somemos a ele, para que saíamos todos da melhor forma possível disso que vivemos. e aqui agradecemos a turma linda que realiza outro movimento necessário, que é o Unidos venceremos, rede de apoio aos trabalhadores da cultura que doou 30 cestas. E mais uma vez agradecer a Associação Anjo rafael pelas 100 cestas entregues, além de tanto mais. Gratidão e sigamos.

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Por fim, convido-os a respirar, tomar muita água, ouvir boas músicas e hoje vou até deixar dica de filme, o documentário Gabo. E até semana que vem com mais novidades sobre os passos e atos desse lugar. E que não nos falte amor. Que não nos falte amor de graça! 

Roberta Bonfim é atriz, jornalista e agitadora cultural, idealizadora e realizadora da revista eletrônica cultural Lugar ArteVistas – arte onde estiver. Escreve às segundas no Lugar a mãe que sou e às terças sobre a revista Lugar ArteVistas.

Venha a mim tudo o que for movimento.

Pensei escrever sobre qualquer coisa, sobre as intensas e macias cortinas alaranjadas que o J. quer comprar pra casa, assunto do nosso ritualístico café da manhã de hoje. Desacompanho a política brasileira para cuidar da minha imunidade, porque sinceramente, resistir ao vírus e ao governo autoritário e genocida daquele senhor, requer muita saúde, mental e física.

O J. disse que está me sentindo mais leve nos últimos dois dias.

Uma confissão pessoal, sinto que um ciclo se fecha, e outro desponta.

A semana corre intensamente e há o lançamento de um livro previsto para o próximo dia 20, às 22h00, pela Lugar ArteVistas, revista eletrônica e editora.

Este livro é o “De Vento em Poesia”, minha primeira obra, que será lançada em meio à pandemia de covid-19, reafirmando a vida e a arte. O livro tem isso, esse morrer e renascer. Ao tempo que nasce uma obra, morre parte da autora.

É um convite ao íntimo do ser que sou.

Me desnudo mais com a palavra, do que quando desço a roupa fora.

O livro é sobre L I B E R D A D E. Eu falo sobre L I B E R D A D E.

Minhas avós não falaram. Minhas bisavós não falaram. Gerações de mulheres não falaram.

Eu pertenço à geração das mulheres que falam. E eu sou vingativa! Não sou pacífica.

Volto às coisas práticas, porque estou atrasada com elas.

Tenho ainda que fazer um bom marketing para este produto.

Acompanhem a Lugar ArteVistas ( @lugarartevistas) e também a mim ( @marmaracacio) no Instagram. Lá saberão de mais informações sobre o lançamento e como adquirir o livro.

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Ilustrações: Thyara Costa

Projeto gráfico: Jão

Coisas de Tempo e Vento por Marcelina Acácio.

 

Arte por meio das lives

Por Karlos Aires.

Um dos meus anseios enquanto artista é poder contemplar o trabalho de tantos amigos queridos e também de tantos nomes incríveis do Ceará. Mas, com os ensaios e atividades, fica complicado ir a tantas peças, apresentações musicais, espetáculos de dança. Apesar disso, neste momento de quarentena, temos a chance de prestigiar mais manifestações de arte por meio das lives.

Eu mesmo tenho tido algumas experiências bem interessantes e gostaria de compartilhar com vocês. Imagine-se você no show de seu artista preferido e antes de cantar a próxima música ele manda um abraço pra você. Quase impossível num show presencial, não é? Mas, recentemente, Marcelo Frota (MoMo) lembrou de sua passagem por Fortaleza e mandou aquele abraço pra mim durante uma live, após ler meu comentário. 

A gente sabe que não é a mesma experiência de contemplar a arte pessoalmente. Mas, precisamos considerar que as transmissões ao vivo podem gerar novas possibilidades também. Então, quero listar algumas pra vocês, amigos leitores. 

  1. Acessibilidade: se antes não havia tempo, hoje ficou mais fácil de se programar para assistir aquela apresentação que você estava esperando.
  2. Pluralidade: em um mesmo dia você pode assistir não só várias apresentações como também de diferentes linguagens.
  3. Interatividade: quem diria que seu artista preferido poderia te mandar aquele abraço ao vivo?
  4. Curiosidade: nem sempre a gente sabe como aquela canção, peça ou movimento nasceu. Nas lives, muitos acabam contando como surgiu tal obra.
  5. Convidado: seu amigo pode te acompanhar num convite presencial. Agora, com um clique ele pode conferir com você uma live. 

Não há nada melhor que ter a experiência do presencial. Mas, enquanto não podemos nos aglomerar, a gente aproveita o melhor do que podemos fazer. Certamente, quando for possível retornar aos espaços culturais, cada experiência terá um valor bem diferente.

Lembre-se de valorizar as lives dos artistas locais, como sugeri no primeiro texto (se você não leu, https://lugarartevistas.wordpress.com/2020/05/03/na-era-das-lives-apoie-os-artistas-locais/ ). E se puder, contribua financeiramente com ele. Afinal, o que seria de nós se não fosse a arte, principalmente neste momento de pandemia, não é?

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Foto – Freepik.

Adentro

Aproveitamos para indicar uma série de lives nesse mês de Junho no perfil do Instagram @lugarartevistas, com ArteVistas que passaram por esse Lugar e deixaram suas marcas.

As lives são em comemoração aos 08 anos de revista, a ser comemorado no dia 20.06. Vem com a gente que tá lindo!

Horário das lives: às 22h00.