O Bloco Body Beach e a Carreira de Nayra Costa

O bloco Body Beach é conhecido por seu cortejo maravilhoso e sua banda contagiante. Nayra Costa é uma artista que leva a música e a identidade cearense por onde passa, e nesteprograma vamos conhecer mais sobre o bloco e a carreira dela. A Casa da Nayra Nayra nos recebe em sua casa, localizada em um Beco charmoso, uma vilinha aconchegante. Sua casa é um verdadeiro espaço de arte, com obras de vários artistas que são amigos dela. Quadros, luminescentes e até mesmo uma vitrola compõe a decoração. Ambiente Acolhedor O ambiente da casa de Nayra é acolhedor e cheio de histórias. Ela conta que sempre fez questão de ter o trabalho dos amigos em sua casa, e mostra alguns quadros que foram presentes de artistas como Jadson Rodrigues e Zeza. Homenagens e Lembranças Nayra também guarda lembranças de lugares e eventos especiais. Ela tem uma iluminação do Gato Preto, uma toca-vinil especial presente do Cantinho do Frango e até mesmo um quadro feito por fã. Cada objeto carrega uma história única. Praia do Bloco Body O bloco Body Beach nasceu de uma ideia meio maluca, mas que se tornou realidade. Com personagens como a Iracema de José de Alencar, o bode Ioiô, a gata do brilho e o poeta Mário Gomes, o bloco traz a história e a cultura de Fortaleza para o carnaval de uma forma lúdica e divertida. A Importância do Bloco O Bloco Body Beach vai além do entretenimento, ele conta o folclore e a história de Fortaleza. Naiya diz que é importante despertar a curiosidade e o conhecimento nas pessoas, através do carnaval e dos personagens que são apresentados no desfile do bloco. Levando o Body Beach para Todos Nayra tem o desejo de levar o Bloco Body Beach para outros locais, além da beira do mar. Ela quer contar a história do bloco para as periferias e outros bairros de Fortaleza, através de projetos educacionais e ferramentas como QR Codes. A Parceria com Marinho Naya e Marinho são parceiros tanto na vida pessoal quanto na carreira. Eles conseguem separar o profissional do cotidiano, o que traz leveza e equilíbrio para a relação. A parceria tem sido maravilhosa e eles têm maturidade para lidar com os desafios. Fica evidente a importância do Bloco Body Beach na construção da cultura e identidade de Fortaleza. Além do entretenimento, o bloco desperta curiosidade, conta histórias e valoriza a cultura local. Naira Costa e Marinho são artistas incríveis que levam a música e a alegria por onde passam. @lugarartevistas http://www.lugarartevistas.com.br #arteondeestiver #artevismossocial #sejaartevista

Bom Jardim e Pantanal: Lugares Incríveis Cheios de Histórias

O Bom Jardim e o Pantanal são dois lugares incríveis, cheios de histórias e belezas naturais. Durante uma visita a esses locais, pude conhecer mulheres incríveis e ouvir suas experiências e vivências que fazem parte dessas comunidades.

No Bom Jardim, um bairro localizado na cidade de Fortaleza, pude sentir uma sensação de gratidão e encantamento. O amor por esse lugar só aumentou quando tive a oportunidade de conhecer o Pantanal, um lugar que se tornou amor à primeira vista.

Ambos os lugares são marcados pela importância da educação e da integração entre teoria e prática na formação do ser ambiental. Cada ação, cada gesto e cada participação positiva para o desenvolvimento dessas comunidades.

A arte também tem um papel fundamental nessas localidades. No Bom Jardim, a resistência e a cultura estão enraizadas na comunidade. A poesia é uma expressão artística muito presente, capaz de transmitir sentimentos e emocionar quem a ouve.

Conversando com diversas pessoas, pude perceber a relação profunda entre a poesia e o lugar em que vivem. Através da escrita, essas pessoas conseguem se expressar e se entender melhor. A arte se torna uma forma de resistência e superação.

Além disso, a maternidade também é uma inspiração para a poesia. Ser mãe fortalece e traz garra para enfrentar os desafios da vida. É emocionante ver como a arte é passada de geração em geração, com filhos recitando poesias ao lado de suas mães.

No Pantanal, pude presenciar a transformação de um lugar de lixo e abandono para um ambiente rico em arte e natureza. A sensibilidade para enxergar o potencial nos resíduos sólidos e nas comunidades é algo que nasce desde a infância.

Desde cedo, aprenda a importância de cuidar da natureza e reaproveitar materiais que seriam descartados. Essa relação com os resíduos sólidos e com a preservação ambiental é algo que se fortalece ao longo da vida.

Ao trabalhar nessa área, é fundamental ter o coração e a alma aberta para a diversidade e para a escuta atenta das comunidades. Ouvir as pessoas e entender suas necessidades é o primeiro passo para realizar transformações significativas.

Além disso, a participação comunitária e a união de forças são essenciais para alcançar resultados positivos. Juntos, somos mais fortes e podemos fazer a diferença em nossas comunidades.

No Padre Andrade, outro bairro marcante de Fortaleza, pude acompanhar as transformações e a força da igreja na construção social. A Associação Porta da Esperança realiza diversas ações na comunidade, como capoeira, desenho, empreendedorismo e assistência psicológica.

Ao ouvir a história e os desejos dos moradores desse bairro, fica evidente a importância do olhar para as periferias e para as comunidades carentes. Essas pessoas têm suas histórias e lutas, e merecem ser ouvidas e valorizadas.

A associação dos moradores é um exemplo de como a união e a organização podem trazer benefícios para a comunidade. Através desse trabalho coletivo, é possível promover mudanças e melhorias em diversas áreas.

Assim como no Bom Jardim e no Pantanal, o amor, a arte e o empreendedorismo são elementos presentes no Padre Andrade. As pessoas desse bairro são fortes e estão sempre em busca de seus direitos e de uma vida melhor para todos.

Ao visitar esses lugares, pude perceber a importância de conhecer e valorizar a nossa cidade, suas histórias e suas comunidades. Cada lugar tem suas particularidades e belezas, e é essencial nos apropriarmos delas com carinho e gratidão.

Espero que você tenha gostado desse passeio por esses lugares incríveis. Se gostou, não deixe de se inscrever no canal, deixe seu like e compartilhe com seus amigos. Vamos juntos conhecer e valorizar a nossa cidade, suas histórias e suas comunidades. Até a próxima!

Leci Brandão a potência de sua Geração

Por Roberta Bonfim

O samba, o tambor, o pandeiro mexem com meu corpo, mas a voz de Leci mexe mesmo é com minhas memórias infantis e juvenis e com o meu coração, meu imaginário sobre o carnaval, a beleza das histórias cantadas sobre nós. Assistir Leci Brandão e sua potência humana ali no palco foi das coisas mais emocionantes dos últimos tempos e hoje é o último dia deste espetáculo na cidade.

Isso mesmo, Leci Brandão está em Fortaleza, mais especificamente na Caixa Cultural Fortaleza, através do Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural. Desde quarta-feira, até hoje, 18 de novembro, o show “Leci Brandão – Eu Sou o Samba”. Leci aos desavisados, é um dos grandes nomes da música brasileira,  é fundamental para o que hoje chamamos representatividade. Quando isso ainda não era pauta, Leci já representava Madureira, o Samba, a Mulher Negra e potente que é. Tanto que suas canções seguem atuais e junto outros clássicos da música Brasileira são cantados em coro com a plateia.  Isso porque músicas como “Só quero te namorar”, “Zé do Caroço” e “As coisas que mamãe me ensinou”, “Olodum força divina”, “Madalena do Jucu”, “Papai vadiou”, “Deus do fogo e da justiça”, dentre outros estão no imaginário de todes nós. 

Eu particularmente logo de chegada já senti no bater dos tambores os calores e afetos, e sem perceber eu já chorava e agradecia a oportunidade de estar ali, naquele momento vivendo aquele nosso momento e na primeira fileira do teatro. Todes sabemos que a primeira fila não é legal para a cervical e que essa proximidade às vezes quebra a magia, mas Leci e sua banda são gente do samba, gente que de cedo sacou que a magia consiste em ser de verdade, simples, profissional, familiar e sincronizado. Lindo de se viver.

Existem além do espetáculo em si, outros espetáculos à parte, como a competência dos músicos, que evidenciam a importância de cada instrumento e som, na composição do todo que é a música cantada por Leci Brandão. Que se só no palco, falando da vida já seria incrível, pois ela vai desfazer 80 anos em 2024 e canta o show inteiro sem pesca, lembra o nome e lugar de nascença de cada ser que integra a equipe do show que apresenta. E só não sambou porque não podia, mas deixou-se de corpo e alma abertos e em troca com os felizardos que estavam ali. Eu estava e vibrava de uma alegria intensa e tal hora o corpo precisou liberar e fui para lateral do teatro e sambei uma música inteira, tudo que eu precisava antes de voltar para minha cadeira, mas que eu teria extrapolado, não fosse a moça gentil da Caixa me lembrar de ficar quieta no meu lugar. Eu fique, cantando auto, até perder a voz. Cantei com Leci, a vi pequenina, em seu figurino azul com o mar, com sua voz potente que ainda esta aqui a em mim ecoar e fui lembrada mais uma vez e sempre que somos a integração de nossas competências.

Agora eu queria ter tempo de correr atrás de um Vinil de Leci para pedir que ela autografe, mas meu dia está corrido e eu já atrasada, assim fecho por aqui com o convite a quem possa hoje ou logo menos se presentear com este espetáculo de tudo que é assistir ao show “Leci Brandão – Eu Sou o Samba”, onde a artista com mais de 40 anos de carreira e 25 álbuns gravados e muitos desfiles de carnaval e roda de samba. Gratidão Leci Brandão pela sua existência, presença, corpo, voz, som e poesia que nos compartilha. 

Para deixar tudo ainda mais incrível eu estava na incrível companhia da minha comadre Katiana Monteiro e ainda encontramos e trocamos outros abraços. ❤

Era 09 de novembro, quinta -feira e faltavam 10 minutos para as 17 horas quando cruzei os portões da Caixa Cultural Fortaleza, a fim de assistir teatro.  Assim, ao cruzar o portão, logo senti uma liberdade de estar ali só indo ao encontro de uma fila já grande para pegar o ingresso. De chegada por conta do meu hábito de ouvir conversas alheias, descobri que os ingressos só serão distribuídos às 19 horas. Depois de uma correria para estar ali naquele momento. O espetáculo “Eu de Você”, com a inspiradora Denise Fraga, que cruzou a fila e derramou sua gentileza e alegria com os que esperavam para assisti-las. Se eu que estava já cansada na fila, estava profundamente emocionada ao olhar tanta gente esperando para assistir teatro, imagino a emoção desta atriz. Por falar na fila que inicialmente não parecia agradável, acabou por virar um ponto alto deste dia. Pois ali conheci figuras ímpares e ótimas companhias para ir ao teatro, algo parecido com o reencontro que logo viveríamos também no ato do espetáculo.

As 20 horas tocou o primeiro sinal. Denise recebe seu público, conversa, abraça, combina, alerta, sorrir e rememora uma professora de geografia e o seu triz, que Clarice Lispector chamava de momento epifânico, para mim um estado de presença. E o teatro é efetivamente um estado de presença e Denise Fraga, com a direção delicada de Luiz Villaça. A direção musical de Fernanda Maia é irrepreensível e lindamente executada pela musicistas Ana Rodrigues, Clara Bastos e Priscila Brigante, que atentas somam-se a luz, que no cenário projeta sombras, camadas, memórias, imagens, outro ponto são as projeção desses perssonagem que são e somos. Sons e luzes ambientam o palco para incrível atuação de Denise que compartilha inicialmente memórias suas, para depois nos compartilhar histórias de tantes, e tal hora tá mesmo tudo misturado, costurados, inclusive as nossas vidas, em outros corpos, que podem também ser os nossos, mas ali é o seu. Nos joga na lata as rotinas desumanas, as relações atóxicas, uma carência gigante, o patriarcado e a não priorização do amor em muitas camadas.

Tchau, Amor

Por Roberta Bonfim @lugarartevistas 

Quando vi a chamada quis ir, mas imaginei outra coisa. Quando vi a chamada, já ri, mas só pela identificação. Já estava neste movimento de querência, mas com tempo reduzido e dando conta de poucas interferência em uma existência que corre no 220 como a voltagem do estado. Eu, por outro lado, ando querendo outra coisa. E isso talvez tenha inclusive deturpado a minha percepção sobre o espetáculo como um todo. Pois é isso, vemos e sentimos os lugares a partir de nós e da sopa emocional que trazemos. 


@feirinhadopoco

Antes de chegar ao espetáculo questões simples e complexas, simples como conseguir que minha avó fique com minha cria por duas horas para eu ir ao teatro. Depois o como ir, moro perto, mas o caminho é escuro por demais o que o deixa inóspito para qualquer um, imagine a uma mulher. Mas, não queria ir de carro, acabei por ir, deixei-o no Poço da Draga, fiquei de longe observando a Feirinha do Poço, uma realização de Djeyne Roundoff e Mariana Vasconcelos, duas mulheres incríveis que eu amo ter na vida como  minhas amigas. Olhava a feirinha linda, linda e cheia de tanto amor de longe e tive a mesma reflexão sobre o caminho a chegar até ali ser desiluminado de luz pública pela qual cada um de nós obrigatoriamente paga um valor bem salgado por mês. Mas o fato é que depois de uns minutos parada ali, dentro do carro olhando a feira, entendi que já era mesmo a hora de seguir para o teatro e fui na hora certinha, como que cronometrada. 

Então parei o carro na altura da Caixa Cultural e segui andando até o teatro, no caminho gente festando na calçada, em frente a uma casa que já foi um barzinho. Do lado direito encostados no centro cultural, jovens homens estão sentados no chão, alguns se agridem, outros se observam, e alguns só esperam que a praça seja liberada para que eles possam voltar a ocupá-la e quem sabe só dormir. Isso porque a praça central do centro de arte e cultura, virou morada para muitos no decorrer dos anos, cabe um texto todinho sobre isso. E se falo deles e sobre isso tudo, porque trata-se do caminho, do meu que é pertinho para se chegar até o teatro. E quando se crer que já estou quase chegando sou lembrada pelas grades do teatro que preciso andar um tanto mais. Os acessos foram sendo fechados para evitar a apropriação do espaço, aqui cabe outro texto. No caminho, três pedintes, duas mulheres trans e um homem com um cartaz feito a mão com o número do seu pix. De algum modo garante a mim que este tem registro, já que tem conta no banco. E agora cruzando as grades verdes que me permitem chegar ao teatro penso: agora com o pix começa a se entender o quanto de dinheiro roda no mundo. 

Com as grades cruzadas, é como se entrássemos em outro lugar atmosférico, até o ar parece menos denso, de modo prático; há luzes. E há as cores das roupas ousadas dos cearenses, dos artistas e seus admiradores. Aqueles que se sentem convocados a em um domingo às 20 horas, assistir teatro na cidade de Fortaleza, apesar dos caminhos. Mais que isso, assistir dança. Dança, teatro, movimento, política, cidadania, pertencimento… 

Lembram que eu disse ter tomado a decisão de ir ao teatro na hora certa, pois foi, logo que cheguei peguei a fila para compra do ingresso que custa 30 reais inteira, e 15 a meia – aqui fiquei curiosa mas não havia tempo para muita conversa na bilheteria, se há algum abatimento para moradores do centro e praia de iracema, ou mesmo da cidade, como um estímulo do equipamento para ocupação qualitativa do espaço, bem como, lembrei de um valor de meia aos artistas sindicalizados. Será que esses abatimentos existem? Se você que está lendo este texto souber me avisa, por gentileza. E já aviso aos leitores mais ácidos, que não estou reclamando do valor, o espetáculo vale tanto mais, mas em meio a situação financeira do país, é fundamental políticas públicas para estímulo de plateia. Pois pensa comigo que se eu conseguir atingir minha meta de assistir 3 espetáculos e um filme por mês, cada um a 30 reais, gastei só de bilheteria 120 reais, isso fora o caminho até chegar e o qualquer coisa que se venha a consumir neste caminhar, em uma cidade bem desequilibradas financeiramente. Mas, volta comigo para a fila. Neste domingo inclusive peguei duas filas que me deixaram bastante feliz, uma na livraria cultura no shopping Rio Mar, onde muitos jovens compravam livros e figurinhas do álbum da copa. E ali  na fila do teatro, onde desde sempre começa para mim o espetáculo. 

 E aqui você como eu está pensando: – Era um texto sobre o espetáculo Tchau, Amor e essa gata já falou de tudo no mundo, já escreveu uma lauda inteira e ainda nem entrou no teatro.

Eu ainda uso máscara apesar da melhor da situação da Covid 19, me sinto segura e meio invisível. Na fila sem ser vista vi e ouvi um papo bonito e forte de Silvia Moura e Marina Brizeno, duas artistas fundamentais na nossa cidade Fortaleza. Aqui vale inclusive dizer que nos dias 23 e 24 de setembro vai ter espetáculo dessa deusa. Na mesma fila presenciei o encontro de dois rapazes com nomes idênticos, vi também Sara Síntique, linda de viver e Silvânia de Deus e mais alguns. Consegui comprar meu ingresso e as portas do teatro foram abertas. Entrei! Sim, tá no singular, eu estava sozinha, tenho me percebido gostando muitíssimo de sair sozinha – aqui também fica a deixa para um outro texto, pois agora que entrei no teatro, o ambiente se transforma mais uma vez. De modo que da minha casa, até aquele momento, em que eu passava pela passarela na frente do teatro, que gera a mim como público a sensação que que vou subir no palco, penso que como atriz essa mesma entrada me incomodava e eu fazia mesmo piada com a criação de Fausto Nilo. O fato é que a luz avermelhada, com os refletores soltos, já nos apresentam a estética diferencia desses Inquietos. 

Passada a passarela segui para o meu cantinho no teatro Dragão do Mar, gosto dele desde que entrei nele pela primeira vez no ano 2000. Sentada no meu canto observada as pessoas entrando, para um espetáculo de dança no domingo às 20 horas a casa estava linda, tinhamos ali uma meia casa mais ou menos. Muitos amigos de Gyl, me senti menos especial percebendo que todos ali tinham recebido uma mensagem do mesmo seresteiro que eu, é do seu personagem. hihihihi…

Dado momento logo que as luzes da plateia apagam percebo as pernas dos atores sentados na orelha do palco, penso na emoção deles ali, fecho os olhos, respiro e quando abro, o tal do seresteiro já está no seu teclado. surrado, de cara já me tirou do teatro. Eu já estava no barzinho do Montese, mas podia ser do Centro, do Vila União ou ali mesmo do entorno do Dragão. 

“Porque você se esconde?

Eu vou te procurar!

oh lua! oh lua cor de prata.

Me diga por favor por onde anda aquela ingrata.” 

A luz muda, outros três artistas ganham a cena junto com uma porção de cadeiras de plástico. E afirmam que estão ali três pessoas que já não estão: Cacilda Becker, Nina Simone e Pina Bausch , mas vi outres ali como Stanislavski, Spinoza e Vigotiski, ou ainda Dona Josy,  Michele, Fabim, Julim e tantes, tantes…

Antes de seguir preciso ser franca com você que me leu até aqui, eu tenho muito respeito aos que fazem arte na vida, e estes que fazem no nosso estado trabalhos tão primorosos eu sou tipo fã, e é com este olhar de fã que já a algum tempo assisto alguns por aqui como é o caso dos trabalhos da Andreia Pires, e da Inquieta que sempre, invariavelmente me afetam. Grata Andreia por ser essa artista tão inspirada, disponível, plástica e multi. E aqui o óbvio, todas essas competências só se realizam em palco porque há uma equipe que não vemos personificada, mas que são tão cheios de personalidade que logo é possível identificá-los. Falo da luz, sempre afinada e afetiva de Walter Façanha, que posso está enganada, mas penso que seja iluminador do teatro Dragão do Mar desde sua inauguração em 1999. A luz de Waltinho tem uma identidade e sua competência possibilita realizar as viagens imagéticas desse coletivo tão criativo, que brinca com a luz e os corpos. Quem também diz que está é Netinho Nogueira, esse multiartista solar, e o único que deixo me maquiar nesta vida. Né Netim? O que me chamou muita a atenção foi o cenário, ou, devo dizer os elementos cênicos? Enfim, estes elementos conseguem ambientar o palco e nos levar ao barzinho, chego quase a sentir o cheiro do lugar, das vantagens de assistir o espetáculo mais de perto, sentir os odores do palco, que no segundo dia de apresentação de estreia, pela emoções e dinâmicas, deve ser quase o do bar. O que também nos leva sensorialmente para este ambiente, são os sons (a trilha sonora é assinada por Pedro Madeira), que estão no ambiente teatral desde a entrada do público, sendo de algum modo um convite a nós – público, a sermos parte deste lugar, os clientes, e aqui imagino que no processo experimental da companhia, vão acabar por vivenciar também este formato. E já deixo o convite aqui para experimentarmos no Coletivo Fundo da Caixa, no Poço da Draga este formato do público neste lugar. Enfim…

Ali sob todas essas camadas se desenrola a trama. São quatro pessoas, que convivem num bar, eles não têm nomes, são a A Dona (Geane Albuquerque), O Seresteiro (Gyl Giffony), O Garçom (Well Fonseca)  A Cliente (Melindra Lindra) e as coisas que são todos esses elementos cênicos, que vão de engradados de cerveja, cadeiras, fardinhos de água. Propaganda gratuita para ambientação do bar. E aqui bem que podia entrar apoio de uma água mineral da cidade, né? Essas quatro pessonas vivem ali um jogo de tentativas e risco, um caminhar em labirintos na percepção móvel no que diz respeito à vida. 

Mas é quando uma das personagem ameaça sair, que a trama se desenrola, e tomam a cena o amor, as relações de oposição e extrema co-dependência que fazem levar a percepção de que não é possível a sustentação sem as quatro paredes que sustentam a ficção. 

Estamos falando de um espetáculo físico e aqui eu preciso dizer que esses quatro corpos são potentes, muito potentes. E que brincam com seus ambientes, seus corpos, o espaço, os corpos uns dos outros, é bonito de assistir, ao mesmo tempo que é triste e divertido, contraditoriamente. Do elenco só conhecia conscientemente o trabalho cênico de Gyl, que amo por sua capacidade de ser-se multi e inteiro, mas ao final tive a sensação de já ter visto Well Fonseca em algum outro trabalho, assim como Melindra Lindra, sem muitas certezas. Mas, quem eu nunca tinha visto, certeza, mas me afetou com sua presença, mas especialmente sua agilidade e voz, é a atriz e bailarina Geane Albuquerque. 

Para mim a única questão de modo geral é o áudio das cenas, que talvez pelo meu lugar ou pelo novo do espetáculo, ou pela fadiga dos corpos para equilíbrio respiratório para as falas eu perdi algumas coisas, o que também acaba por se resolver a medida que se apresentem. O fato é que o jogo cênico está lindo e a cenas como uma que parece imagens de filmes em câmera-lenta ou mesmo na integração de todos os elementos presentes no palco. Simples e resumidamente um espetáculo. Que alegria assistir teatro! Que delicia assistir a inquietude de vocês! 

Aos final os aplausos de pé, a fala sobre a relevância de divulgarmos juntes as artes da cidade, o teatro de grupo se refazendo por si, para abrir novos caminhos, mas ali também estampada sob os olhos de todos nós o pedido por ajuda de uma classe, de um setor fundamental para formação do pensamento crítico, mas também do lúdico e tantos outros lugares de afeto. 

Luzes da plateia acesas, o publico vai cumprimentar os atores e eu saio correndo, há uma pequena caminhada até o carro e marquei de pegar a cria as 21:30 e já era 21:08. Já no carro vejo Sil e outra, andando por onde eu não vim/ fui por medo de andar e ofereci-lhes carona, falamos sobre o trecho sem iluminação, que impede a apropriação, que faz distante o perto, que dificulta caminhos de acesso à cultura e ao entretenimento da cidade. E falamos da maravilhosa apresentação.

E se você chegou até aqui na leitura te agradeço pela disponibilidade e te convido a ir ao teatro e a levar aos seus, te convido também a ir à feirinha do Poço da Draga que acontece uma vez ao mês. Vamos ocupar a cidade para fazê-la a cidade que nos abraça. E vamos abraçar nossas artes e artistas. 

Tchau, amor tem texto e direção de Andreia Pires e segue em cartaz no dias  24 e 25 de setembro 20 horas – Teatro Dragão do Mar – $15 / $30 @inquietacia

(des)construção

Hoje começo algo que há tempos penso, mas por qualquer razão procrastinar a execução. E começo hoje porque me senti estimulada por Mariana Vasconcelos que sempre fala com admiração dessa coisa de eu ter diários. Tenho mesmo, uma vida escrita e que hoje me ajudam, como antes também o fizeram. Neste mês, se eu conseguir cumprir a meta, viverei 5 minutos diários de desconstrução falada e mais uma música que tenha sido a motriz do dia. Neste primeiro experimento Toquinho com Caderno, música de extrema relevância na minha vida e que mesmo hoje me emociona muitíssimo. #gratavida #arteondeestuver #grataarte #grataartevistas @lugarartevistas

Dando conta

Uma semana para organizar pastas, drives, tirar os equipamentos das gavetas e começar a ver o que precisa ser limpo e liberado. Seleção dos primeiros ArteVistas com quem conversamos, nesta que será nossa última temporada. 

Não tivemos encontros do Lab nem das estagiárias nesta semana.

E não estou mais como adm das páginas do Comunidades Criativas, pausa do projeto e nem da ONG Velaumar, pois a diva pop e uma das responsáveis pela ONG, Marilac Lima para nossa alegria está de volta e

Depois de tempos escrevi sobre um espetáculo incrível, amei.

Bom Dia ArteVistas,

O texto de hoje como o de todas as terças é nossas satisfação social enquanto Lugar de ação. Então, simbora!

A primeira grande notícia é que estamos iniciando o movimento de gravação da nossa última temporada deste Lugar, onde viveremos lindezas, não há qualquer dúvida sobre isso. Serão 5 programas gravados no Poço da Draga e cinco em outros lugares surpresinhas lindas, assim esperamos. Sendo 10 programas como o nosso tempo de existência conversando sobre arte, processos, caminhos, escolhas, lugares e tempos. Só gratidão e amor pelo vivido e pelo que virá. 

No Poço da Draga, este lugar de tantos afetos, seguimos com o Lab ArteVistas, que é um encontro lindo de mulheres incríveis. Gratidão por cada encontro e troca nessas descobertas do que desejamos. Gratidão também aos estudantes de psicologia da Unifor que estão sendo parceiras queridas neste caminhar. 

E por falar em Unifor, as estagiárias estão cada vez mais envolvidas com o Poço da Draga e esta semana vão nos apresentar suas devolutivas e caminhos. Que lindeza!

Enquanto pesquisa a relação com o Poço foi mudada, pois gosto de tá no Poço é por amor mesmo. 

O instagram agora é feito por mim e perdeu a beleza plástica e junto os textos mais extensos, pois se aumenta o trabalho diminui o tempo, assim se você é criativo e tá com tempo ocioso, vem colaborar com a gente com as peças. Vem? 

Aproveito este texto para agradecer ao João Furtado e ao Iprede pela parceria linda com o Poço da Draga. Agradeço também a Larissa Gaspar e toda sua equipe, ao Gabriel 

André e a turma do Nossa Iracema, Unifor, Bia Climática, Gabriel Gaspar, e taos demais  ArteVistas que chegam junto. Gratidão

P.s. eu já tenho uma nova pesquisa.