
Animal selvagem ou animal doméstico: seriam, no momento, as únicas opções de vida, especialmente pra você, mas você não vai voltar às àrvores, às tocas subterrâneas.
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O açude ou a poça d’água, boiando sobre a terra e embaixo do ar. Sem lugar certo, como gases extraviados pelo corpo.
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Sair do útero, sair debaixo do viaduto, começar o passeio diário. O viaduto nem sempre é sua casa, mas sempre, quer dizer, no sempre do às vezes, o viaduto é seu palácio, a arquitetura que alguém parece ter te dado. Dado, não, emprestado. Lixeiras de bairro chique, comida quase não é estragada. Eu também como camarão; enquanto isso, as guerras são menos gafanhotos que um tipo de cupim, com todo o respeito e admiração pelos gafanhotos e cupins. Alguém dotado de pequenos poderes materiais pensa o que você pensa: você é a imagem, o recipiente plástico. Você nem sabe que ou se está lá. Mas você está, e o nome disso é insônia, teimosia, mal-entendido. Por exemplo. Um longo passeio a pé na parte da cidade em que transitar não é proibido, isso é sua 3×4, seu portfólio, endereço, código de barras, presente, futuro e, depois, passado. Uma das duas ou três certezas: a que diz e constata: “depois, passado”.