Por Roberta Bonfim
Tudo seria se fosse, ou não seria se não fosse. É que na real, tudo o é, se for, se formos, se somos, se sou. Sou? Sou eu? Somos nós? Sobre quem se trata? Ou sobre o que? Temo ser constituída de perguntas sem respostas. Mas, do que se trata a vida se não de um emaranhado de perguntas sem respostas? E, gerando mais.
Esses dias mesmo me deparei com uma mulher na rua, creio que more ali naquele exato lugar em que a vi, ela tinha um olhar vivo, atrás de um corpo quase morto. Também esses dias, uma atrocidade me tirou o doce da boca, trocando-o por amargor de existir em lugar tão… Tão… Não encontro ainda palavras que diga claramente como percebo esse lugar do qual existo, existimos. Pois a agressão violenta até levar o ser a morte, é real e nos ecoa e precisa nos ecoar, é imprescindível que nos atravesse, que nos agrida, que nos mate, como foi morto mais este ser. E por amor ao que pra você for mais importante na vida, não me diga que a revolta a este fato absurdo é vandalismo. Não me diga que é um exagero, mimi ou qualquer menos do que a gravidade do vivido.
Me perguntei, e me pergunto, e possivelmente serei neste perguntar, sobre o que leva alguém a bater em outro alguém até levá-lo a morte? Eles batiam em quem? O que estimulava toda a ira para agredir o outro assim? O que nos faz espantarmos a nós mesmos até a morte? Juro que não consigo, mesmo com muito esforço encontrar as razões. E apesar desse medo da ira possível, não aceito que seja uma questão de tom de pele, somos todos um, creio e busco viver verdadeiramente esse lugar, nem sempre rola, ainda temo muito a proximidade com o outro. Não sou boa em estabelecer limites, assim, sempre indicado manter as distâncias saudáveis, desse modo aprendi a estabelecer uma forte relação com parte de mim. Uma parte constituída de partículas de outras partes, que se misturam e se opõem, permanentemente. costumo culpar o signo, mas tá difícil, usar a luneta, símbolo desse lugar. Tá difícil e penso que talvez seja por eu crer que somos todos um, então aquela agressividade toda também me habita e isso em absoluto me apavora. Um sentimento de impotência, me volta muitas vezes ao dia, e o exercício de saber até onde dou conta também.
Eu que sempre vivi a beira, achei por um instante que havia amadurecido e controlado a fera que me habita, mas o que tenho percebido na constância da minha companhia é que não há qualquer controle, além do ilusorio sufocante de que se é preciso caber, ser parte, pois o contrário disso é a solidão. E reza a lenda que ela não é boa.
O que nos faz humanos tão enormemente desumanos? O que nos faz humanos demasiadamente omissos e impotentes em um mundo em que o que sobra de mata virgem vem sendo queimada, explorada, invadida? O que somos? O que sou? São tantas perguntas que chegam mesmo a esquentar a minha cabeça e falo de um esquentar físico, sensorial. E antes que exploda respiro e acredito, corro, pego a mochila coloco nas costas, ando na rua até o suor descer pelas costas e então com a temperatura corporal equilibrada consigo zerar minha mente.
Mas, sabe o que mais me faz muito bem, ou eu não teria mandado esta mensagem, é este Blog, este Lugar onde nós que habitamos somos ArteVistas.
Mensagem enviada em grupo de whatsapp
Gente!!! Hoje graças a esse lugar o dia já amanheceu lindo de viver. Ainda maturando o texto de Saulo, a primeira resenha, e lendo o texto de ontem de Gustavo, há gente amo lê-los! Aprendi um bocado. E ainda tinha msg de Mari confirmando seu texto de segunda. Meu coração e alma só celebram e agradecem!
Ontem de noite ainda (sexta) tiveram dois programas lindos no nosso canal do YouTube, um com contos do mundo, e outro de pontos e papos, com apresentação das ArteVistas Josy Correia e Marta Aurélia e convidades lindos, respectivamente.
Logo menos teremos o terceiro encontro de mais um projeto lindo que se relaciona com o Poço da Draga… mas daí são cenas dos próximos capítulos. Abraços em todes e cada um e lindezas! Sigamos escrevendo e compartilhando que é lindo.